LIVRO: O BANGALÔ, 2019.

Capítulo 1

Autor: Menassé Bemerguy

Data: 25-04-2019.

Numa de minhas noites de insônia, desesperado para dormir, resolvi tomar um banho e deitar de novo para tentar adormecer. Fiz a minha oração para Deus e depois disso não sei dizer mais nada do mundo real ou irreal.
Apenas reconto aqui as lembranças dessa noite insone e misteriosa.
Àquela casa sempre foi tida como misteriosa pela vetusta vizinhança…
Na frente da residência tinha um pequeno jardim, onde sentia -se a inconfundível fragrância exaltada de um jasminzeiro, cujas flores brancas caiam na terra, propagando no ambiente ao ar livre essa sensação de frescor. Destacava-se também um tajá com flores alvas, uma roseira, algumas plantas rasteiras floridas e um vegetal que lembrava uma goiabeira que produzia flores miúdas e róseas, sempre numa determinada época do ano.

Capítulo 2/3

Penetrando um pouco mais nessa habitação de dois andares , com duas grandes janelas gradeadas e um pátio sitiado na parte lateral esquerda da casa (de quem entra), cercado por cobogó de cimento que davam para a entrada principal.
Na parte de baixo ficava outro pequeno pátio ornado com 4 cadeiras de vime , com uma mesinha circular de madeira ao centro , colocados numa posição geométrica, que conduzia ao descanso.
Ao lado e dentro desse pátio havia uma porta grande de madeira com duas folhas que dava acesso a uma sala , onde havia um sofá e duas poltronas de veludo verde e marrom, com pontas de fios entrelaçados.
Na pequena parede da lateral direita havia um quadro de pintura a óleo de Arthur Frazão, retratando dois homens pescando, ao lado de una pequena enseada…
Em outra parede, da lateral direita- via-se uma segunda tela de Frazão- onde destacava-se um pequeno castelo erguido numa pequena elevação de terra, localizada numa ilha deserta.
Passando por uma cortina branca, de renda , adentrava-se na segunda sala, onde observava-se uma imponente escada de madeira de tom escuro, de quatorze degraus e um descanso no meio, sendo que o corrimão era esculpido em barrotes esguios e circulares de madeira cerejeira. Bem embaixo da escada ficava um vão especial, onde a gente brincava de “esconderijo secreto”, em nossa meninice.
Próximo à escada ficava um pequeno sofá, uma pequena banqueta quadrada de cor amarela e um travesseiro, onde o meu velho pai descansava as suas pernas. A minha mãe assentava-se numa confortável poltrona bem ao lado desse sofá.
No cantinho esquerdo dessa sala havia uma antiga televisão standard eletric com quatro pernas metálicas e caixa de madeira, comprada entre os de 1962 a 1965.
Seguindo pelo corredor de cerca de 2m de largura e 25m de comprimento, ladeado por um estrito saguão contíguo, situado do lado de fora, destacavam-se quatorze (14) janelas de folhas duplicadas que davam a sensação de que o vento vinha brincar de trespassar as venezianas fixas e a ventania era intensa, em ocasiões de chuva, que um fio ligava essas janelas (ideia do meu saudoso pai), a fim de que não batessem com tanta força em dias de temporais …O vento ia e voltava …E às vezes as janelas se moviam e faziam muito barulho, com a velocidade do vento impregnada nessa dança, que isso me deixava (quando criança) ora encantado e ora assustado pelo inesperado som . Essas janelas eram a alma da casa , por onde entrava a luz do sol, o sereno, o orvalho, a ventania ou a claridade de uma noite de luar que invadia as venezianas e me conduzia para um passeio de gôndolas pelo Rio, Piave, ao lado de uma bela senhorita italiana e que tinha um peculiar sorriso de bela manhã, como o carnaval de Veneza.

Capítulo 4

No lado direito do corredor haviam dois quartos, cada um tinha janelas com duas folhas. E seguindo, mais adiante. chegava-se à parte mais tradicional da residência, a sala de jantar, no forro de madeira branca dessa sala de estar, lá no alto, via-se uma elegante clarabóia, onde a luz solar descia suave sobre uma mesa toda envernizada, com seis cadeiras. No fundo dessa mesa havia uma tábua sobressalente que era colocada em dias de reuniões de família, incluindo: tios, tias, primos, compadres, comadres, alguns vizinhos e amigos de família. Na parede do fundo havia um quadro com a imagem de Jesus Cristo, cujos olhos brilhantes e profundamente azuis me davam a sensação , quando criança e adolescente, de temor e respeito, pois parecia que nada passava despercebido de sua visão celestial. Bem embaixo dessa pintura a óleo, tinha um oratório de madeira de cor marrom, onde guardavam-se as louças finas, bebidas, o famoso champagne francês: Moet, o tradicional vinho: xerez (da região de Xerez, na Espanha), vinhos do Porto ( da região de Douro, em Portugal) e licores de frutas. Vale destacar as sopeiras de louças finas e importadas, com gravuras campestres e floridas, além de taças e copos de cristal. Na lateral dessa parede havia duas tábuas de madeira que serviam de prateleira para nossos livros escolares e outros apetrechos.
Na cozinha, havia outra mesa menor para às refeições diárias.


Capítulo 5

Abaixo da tela com a figura de Cristo, chamava atenção, um grande relógio de carrilhão e pêndulo metálico arredondado que transparecia por dentro de uma porta de vidro. Dentro dessa portinhola havia um nível de madeira com um líquido viscoso verde que servia para aprumar o relógio, além disso, destacavam-se dois orifícios que eram utilizados para dar corda no relógio, através de uma chave especial. Próximo do relógio havia uma pia, onde se lavavam as mãos.

Capítulo 6

No visor redondo e transparente do relógio de carrilhão, os ponteiros definiam as horas na sala de jantar da casa do meu pai. E do lado esquerdo ficava uma escrivaninha de madeira escura, onde o meu pai fazia a contabilidade de seu Barco Regatão. A superfície desse móvel era toda envernizada e coberta por um vidro bem espesso e debaixo dele via-se vários cartões de visita de diversos fornecedores e Firmas que o meu genitor tinha contatos comerciais.

Capítulo 7

O relógio de carrilhão daquele Bangalô era imponente cerimonioso e todo o que tinha ao seu redor dava um tom circunspecto ao ambiente.
Num espaço de quinze em quinze minutos de hora, tocava a música: Messiah de Handel, da lavra desse famoso compositor. Obra, também conhecida como ” Quartetos de Weswestminsten”, advindo das torres e sinos (Suspiro) do famoso relógio de Londres, o Big Ben. Essa melodia enchia o ambiente de magia, solenidade e mistério à de Jantar daquele Bangalô, 219. E a letra da música intitulada “Eu sei que meu Redentor vive”, traz os seguintes versos, tocados em cada espaço de quarto de hora:
” Por toda essa hora, Senhor, seja meu Guia. Que pelo teu poder (ou pela tua ajuda), nenhum pé realizará. O’ Senhor Nosso Deus, tuas crianças chamam, concede-nos a tua paz. E abençoe a todos nós, amém.”
Os quadros de pintura a óleo configuravam um tom majestoso àquela sala de estar.

Capítulo 8

Ainda sobre o relógio e outros detalhes da sala de jantar.
Dentro desse relógio de carrilhão havia um nível de madeira, com um líquido viscoso e uma bolha aprisionada. Esse instrumento usado por carpinteiros servia para deixar o relógio sempre empertigado e assim podia soar suas badaladas sonoras e solenes e tampouco entoar seu quarto de Westminstenster religiosamente a cada quinze minutos …num tom respeitoso e reflexivo e que impregnava a sala de jantar de um ar atípico dentro do Bangalô.
A clarabóia acrescentava um quê de mistério no ar, principalmente em noites estreladas e de lua cheia, pois toda essa luminosidade transpassava para àquele ambiente que cada vez mais se tornava nebuloso…A luz do luar iluminava suavemente um oratório de madeira escura, com duas portas laterais e um espaço no meio, onde haviam duas prateleiras cheias de louças finas e decoradas. Naquela noite eu não estava bem e procurava desesperadamente uma luz, no sentido de fugir daquele transe de angústia e melancolia, vindo não sei de onde…
Assim, resolvi sair …por aí e entrei no antigo bangalô , da Rua Curuçá, 219. Fiz a incursão pelos fundos, adentrando o quintal de um antigo vizinho. Passei facilmente, pois nessa época ainda não havia nenhum muro a dividir os dois terrenos. Andei por baixo de um abacateiro, repleto de frutos no chão e passei por quatro mamoeiros repletos de flores. Vi alguns varais de roupa e uma lona no chão, cheia de caroços de cacau. Reparei três quartinhos no terreno, onde se guardavam várias ferramentas, máquinas e outros apetrechos. Segui até o lavatório, onde havia um tanque de cimento e dois pilares de concreto armado que sustentavam uma caixa d’água que alimentava um chuveiro no banheiro que ficava nos fundos da cozinha do casarão, primeira cômoda da casa, entrando pelo saguão lateral. Cavoquei a terra em busca de algo escondido naquele quintal.

Capitulo 9

A chamada para a aventura dentro do Bangalô.
No compartimento contíguo, havia a sala de jantar do Bangalô (já descrita antes) e seu imponente relógio de carrilhão. Agora, começo a ouvir passos, parecia que alguém me seguia, me ajoelhei, rapidamente, diante do oratório e fiz uma breve oração e de repente fui surpreendido pelo olhar vivo e penetrante de Jesus Cristo, vindo de uma tela, pintada a óleo. Assustado comecei a andar apressado e segui em busca de outro objeto, passei pelo longo corredor e subi os 14 degraus de uma escada de madeira, passei no primeiro quarto, onde tinham duas janelas que davam para o telhado. Fui até o pequeno pátio lateral, a porta estava aberta e assim, pude olhar pelo janelão gradeado do primeiro aposento do andar superior do casarão. Retornei no caminho da escada e pisei forte no assoalho de tábuas de acapu e pau-amarelo e percebi uma fresta na madeira, bem na emenda e no meio do primeiro quarto. Pisei novamente e percebi algo fofo e meti o meu dedo lá dentro e encontrei um saco plástico pendurado num fio encaixado na parte interna do assoalho e abri….Dentro achei um papel com uma numeração e combinação de voltas à esquerda e à direita e onde parar…Percebi que era o segredo para abrir um cofre que havia na sala, bem embaixo do quadro de Cristo. Assim, desci a escadaria afobado e segui ate à sala de jantar. Surpreso , começo a perceber que vinham sons oriundos da primeira sala do Bangalô e fui caminhando para lá assustado… Olhei atentamente para os dois quadros. Àquele que retratava dois pescadores à beira de um rio e o outro que representava um pequeno castelo, numa ilhota no meio do mar. Comecei a olhar fixamente para as duas pinturas e percebi que elas trepidavam e senti um vento forte adentrar na sada, apesar de ser tarde da noite e do janelão frontal do Bangalô estar fechado. Era noite de luar e já havia notado isso, ao adentrar no quintal dessa grande casa. Logo depois, ouvi o pescador estranhamente se mover na tela e me chamar para um passeio no Rio Jacarezinho, na ilha do Marajó, no Pará. Fiquei assustadíssimo e gritei…em resposta e como um eco , ouvi uma doce voz feminina me chamando por “psiu” e os pescadores olhavam para mim, saindo do outro quadro (e me indicam com firmeza, para irmos em direção ao Castelo erguido entre os rochedos (justamente a paisagem estampada na segunda tela de autoria de: A. Macêdo)) e deveria passar pela Baía do Arrozal, depois transpassar pelo furo de Breves até chegar em mar aberto e seguir rumo ao Oceano Atlântico, onde ficava a minúscula fortaleza medieval. A bela e morena jovem, agora já personificada disse –me que morava ali e que estava em perigo . Algo inclinava meus sentidos e me induzia a salvá-la , embora nem soubesse de quê ou de quem..
Nesse mesmo quadro havia também um barqueiro da pequena “montaria marajoara”, com toldo de palha fazendo sinal para mim com as mãos, avidamente , e me alertando que eu deveria retornar para casa , antes do soar da quarta badalada, da quarta hora da madrugada.. O que me aguardava … parecia que eu estava num transe hipnótico, mas a paralisia de minhas ações me trazia uma forte dor de cabeça, insuportável …então era melhor esse roteiro misterioso. Nem sei o que me espera …mas não tenho outra opção.

Capítulo 10

Alguém continuava me chamando e era um homem que usava um chapéu de palha e quando mais calmo, perguntei: Quem é você ? Sou um dos pescadores da tela de Frazão. Cadê o outro? Ele já está no barco e nos espera …
E a moça que está em perigo ? Ela mora muito longe e está em grande perigo e nos chamou para ajudá-la.
Mas, precisamos de alguém como você para irmos nessa missão!
Porque fui escolhido ?
Porque você é o único que iria acreditar na gente, pois se contam muitas histórias acerca do casarão, mas poucos têm a sensibilidade e a criatividade latente e o coração bom para se importar com personagens como nós.
Vamos, seguir logo, pois tem hora para atravessar a Baía do Arrozal , lá os ventos são muito fortes e há perigo de naufrágio e depois precisamos ainda trocar de embarcação para um motor de popa marca penta e posteriormente passaremos para o para o barco “Bemerguy Filho” , dotado de motor inglês, marca Bollinder . Segue —-

E além disso, haviam outras providências a tomar…
Enfrentarão rios, a Baía do Arrozal, do Guajará e do Marajó até chegarem ao Oceano Atlântico, próximo do Norte da África.
Essa moça é natural da “Ilha de Maresia”, que fica na costa da Espanha e próxima do Estreito de Gibraltar. Não sabemos exatamente onde, pois as mensagens são incompletas e sabemos que ela não pode falar muito …

Precisamos chegar lá antes que tudo esteja perdido…
Ela sempre lhe observava no casarão e já pediu socorro à outras pessoas e ninguém acreditou em sua história.

Não foi à toa que você entrou no bangalô, disse o pescador que não usava chapéu, e se protegia do sol , usando um pano azul amarrado na cabeça e começou a falar enquanto o pescador com chapéu era quem dirigia a canoa de toldo chamada “Gracirene”.
O caminho era longo e precisavam passar por várias fases da viagem.


Capítulo 11

E além disso, haviam outras providências a tomar…
Enfrentarão rios, a Baía do Arrozal, do Guajará e do Marajó até chegarem ao Oceano Atlântico, próximo do Norte da África.
Essa moça é natural da “Ilha de Maresia”, que fica na costa da Espanha e próxima do Estreito de Gibraltar. Não sabemos exatamente onde, pois as mensagens são incompletas e sabemos que ela não pode falar muito …

Precisamos chegar lá antes que tudo esteja perdido…
Ela sempre lhe observava no casarão e já pediu socorro à outras pessoas e ninguém acreditou em sua história.

Não foi à toa que você entrou no bangalô, disse o pescador que não usava chapéu, e se protegia do sol , usando um pano azul amarrado na cabeça e começou a falar enquanto o pescador com chapéu era quem dirigia a canoa de toldo chamada “Gracirene”.
O caminho era longo e precisavam passar por várias fases da viagem.

Capítulo 12

Essa “montaria marajoara ” , tem o nome de “vendaval ” e possui um dos melhores motores de popa,do mundo, de origem sueca, chamada “penta” e nos levará a percorrer muito rapidamente todo esse percurso, saindo do igarapé das armas, passando pelo cais do ver-o-peso e seguindo até o Porto do Sal e de lá embarcamos no Navio “Bemerguy Filho” de sessenta (60) toneladas e dotado com o potente motor de procedência britânica. É um dos mais velozes e seguros navios construídos para enfrentar até ondas oceânicas e tem muita estabilidade e alguns recursos extras se for necessário.
E assim seguiram dois pescadores marajoara e o jovem, um dos herdeiros do casarão, o mais criativo e solitário. Mas, com certeza, é o único capaz de atender aos apelos tão estranhos vindos de quadros a óleo e donzelas sem rosto, que pedem socorro de dentro de castelos em ilhas minúsculas aprisionada em molduras douradas e com sua voz maviosa é capaz de arregimentar um poeta pacato a uma aventura transatlântica.

Capítulo 13

O pescador de chapéu começou a falar:
Precisamos realizar todo o trabalho em menos de quatro (4)horas, pois ao badalar da quarta hora já pode ser tarde demais e a moça chamada: Jasmim, poderá morrer…
Por isso eu lhe alertei sobre o soar da quarta hora. Antes disso deveremos voltar para o bangalô, sob pena de você ficar presos numa realidade paralela. Pois como poeta você sabe que existem dois mundos no universo: o mundo real e o universo abstrato. E poucas vezes essas vidas se cruzam para o bem ou para o mal.
O poeta não se manifesta, parece estar num estado de meditação profunda.


Capítulo 14

Os perigos na viagem.

A viagem seguia tranquila. Assim chegaram ao porto do sol e embarcaram no navio “Bemerguy filho” . Lá já havia outros personagens como o Maestro da Grande Sinfônica, o maquinista do trem fosforescente, o marinheiro da estação sertão, a cozinheira da Rosa Pauxis , mais rápida que um click…
Assim toda a tripulação estava a bordo.

Agora eles seguem viagem, os dois pescadores embarcaram, o de chapéu será o timoneiro e o outro será seu auxiliar, pois conhece todo percurso … foi uma viagem muito esperada.

Quando chegaram na baía do Marajó, o barco começou a sentir grandes abalos e o pescador pegou uma espingarda e atirou em uma enorme cobra grande que queria revirar o nosso havia.

E depois, já próximo do oceano Atlântico fomos atacados por seres alados que pareciam águias carnívoras que queriam nos devorar, mas aí o Maestro começou o tocar o violino e a vibração era tão forte que afastou as aves do mal, parecia que a música saia de um antigo rádio de tão perfeita que era a melodia, nas no meio da melodia, ele criou um acorde ensurdecedor e afugentou essas aves.

Depois de alguns percalços, finalmente chegamos a costa da África e procuramos a pequena ilhota e ninguém enxergava até que demos um tiro de um revólver marca castelo. E o som ecoou longe e ouvimos a voz da bela,Jasmim pedindo ajuda:

Não entendia muito, mas ela falava em palíndromo e disse:
Socorram-me, subi no ônibus,em Marrocos.
Ela não podia falar diretamente onde ficava a ilha, pois tinha um carcereiro lhe vigiando.
Então, o navio procurava de onde via o som e não encontrava.

Até que a cozinheira da Rosa Pauxis disse:
Poeta, use sua inteligência e busque no palíndromo uma referência.
Então o poeta levantou apressado e começou a falar algo estranho como:
Marrocos, ilha perdida, sefardim, ilha de Ceuta, busque ao Norte do Marrocos ..ilha perdida…
Foram abeirando a ilha de Ceuta, até que avistaram uma ilhota com um castelo no meio.E o poeta disse: os gritos vieram de lá…

Mas quando se aproximaram as ondas se agigantaram e quase derrubam o “Bemerguy Filho”. Então, o poeta disse “tragam às louças finas” e viu dentro da xícara a palavra em verso “saltitante” e disse, maestro toque bem alto e falou timoneiro, ligue agora o recurso extra da embarcação e o navio começou a balançar no mesmo ritmo das ondas como se estivesse dançando uma música animada…E assim conseguiram escapar da tormenta…
Tentavam chegar perto da ilhota, mas o vento era tão forte que mesmo com o Bollinder à força total não conseguiam se mover para a frente.
Até que o poeta falou novamente outro palíndromo.
Ovo …osso… forte e fraco…
Isso ….timoneiro alterne o ritmo do motor e coloque no mesma cadência das ondas..

Quando as ondas estiveram voltando a gente entra com força total no motor e aciona o outro recurso.
Isso, disse o timoneiro ..vento pelas costas do navio e um grande cata-vento de abriu na popa da embarcação e numa só investida conseguimos adentrar e aportar na ilha de Maresia.
Mais uma etapa vencida….

Quando estavam descendo do navio avistaram um enorme bando de gorilas que avançavam na direção dos tripulantes do navio …
E o poeta disse:
Espelhos gigantes.
E na proa do navio grandes espelhos foram abertos automaticamente e refletiram a luz do sol tão forte no banco de gorilas que eles fugiram com os olhos ardendo de tanta luz lançada diretamente neles….

É assim o “Bemerguy Filho “, pode finalmente atracar na ilhota.


Capítulo 15
O poeta e os dois pescadores caminham pela ilha e avisam a Torre e depois de uma longa caminhada percebem que na entrada dessa antiga construção, há uma criatura medonha, metade homem e metade javali, que impede a chegada à Torre. Esse ser tem uma aparência viscosa e repugnante.

O pescador deu a volta pelos fundos da Torre (que ficava num pequeno morro)e aproximou para desamarrar a corda, quando um espada cai de dentro de um candelabro que ficava na torre e passa raspando a sua cabeça e raspa um pedaço de seu chapéu.


Capítulo 16

O poeta interfere e puxa e muda a jovem de lugar e embora assustado, consegue desamarrá-la. Mas, percebe que ela estava desacordada e com o corpo todo babado, assim como a criatura medonha, metade homem e metade javali que encontram na entrada da Torre.
O caboclo, então tira o pano de sua cabeça e diz: ela deve ter sido envenenada e depois lembra que viu (no caminho até à torre), uma planta amazônica que serve como antídoto para diversos venenos.

Capítulo 17
E prossegue: precisamos agir rápido pois em menos de uma hora o veneno se espalha,no sangue e a moça,estava ficando roxa.
O poeta disse:
Vá buscar essa erva cana jararaca que você viu ..

Então ele pediu ajuda dos dois companheiros e subiu na lateral da torre e depois de pedir um pedaço de madeira, quebrou uma lateral da torre e arrancou a raiz da planta, parece uma batata e observou:
Os índios usavam essa planta para curar mordida de cobra ..
E bateu as folhas e formou uma massa verde e grudenta e pegou seu facão e abriu a ferida (feita pela mordida da cobra) e espremeu e colocou esse remédio no tornozelo da jovem.
Agora precisamos esperar cerca de meia hora. Depois que ela ficar consciente, poderemos levá-la no” Bemerguy Filho “.

E o poeta ficou com a moça enquanto os pescadores exploravam a ilha,em busca de víveres para a longa e fantástica viagem de volta.
Nesse instante , a moça começou a falar e disse ao poeta “eu sua redentora… eu sempre o esperei aqui.
Vá,até o calabouço do castelo e puxa uma tampa de um poço desativado e lá encontrará algo para levar.
Mas não conte para os pescadores o que eu lhe disse.
Aqui existem muitas forças negativas.
Mas, cuidado com o que fala nessa ilha e não confie em ninguém.
E depois a moça continuo sem consciência, sob o efeito
do antídoto para veneno de cobra, acho que era cascavel.

Depois o poeta chamou seus parceiros e desceu com a donzela e a deixou no navio sob os cuidados dos outros 2 tripulantes. Embarcaram muito coco verde,banana, macaxeira, laranjas, folha de chá de capim marinho e cidreira e muito limão para evitar escorbuto na tripulação e abacaxi, etc.
Depois o poeta deu tarefas a toda a tripulação e disse que iria buscar um alimento especial para a jovem doente.
E foi até o calabouço e não encontrando ninguém, aproveitou para abrir a tampa do poço abandonado e encontrou uma caixa,cheia de diamantes e guardou tudo num pano que usava como cachecol.
Depois de se ver com toda àquele tesouro, encontrou um ouriço de castanha do Pará e guardou apressadamente todas as pedrinhas lá dentro e fechou a abertura com uma lasca de madeira e colocou abiu na abertura para grudar tudo. Depois juntou vários côcos verdes e ovos de tartarugas que achou e adentrou no navio e escondeu o seu tesouro no casco da “canoa vendaval” que ficava na proa do navio. Afinal achava que não iria mais usá-la.
E assim que a moça mostrou melhoras, o Barco zarpou.

Capítulo 18

Assim que eles saíram da ilha começou a se formar um grande temporal que pegou o barco “Bemerguy Filho ” bem na reta final da travessia para Belém, na altura da cidade de Soure, no Marajó . E assim a baía do Marajó estava revolta e balançou tanto e ondas de cerca de 3 metros se formaram e começaram a balouçar a embarcação que até desamarou a,canoa,”vendaval ” que saltou com forca das ondas para o mar aberto e depois bateu numas pedras flutuantes no meio da baía.
E o poeta pensou com seus botões ” todo o coco que escondiam os diamantes perto do motor de pipa ..todo àquele tesouro fora perdido no mar…
Será?

Capítulo 19

Depois dessa tempestade o “Bemerguy Filho ” pega o prumo de novo e retorna para casa…Quando de repente são cercado por um cardume de enormes tubarões que tentam afundar o navio com a fúria de seus ataques contra o casco da embarcação. Mas quando tudo parecia perdido, o poeta fala com a donzela mentalmente e pede ajuda ..mas ela continua dormindo, resultado de suas ervas que lhe penetram na pele ..para recuperar sua alma cheia de amor ..por mim .. E aí..um grande redemoinho se forma ao redor do barco e afugentar os tubarões e esse rodopiar das águas ainda faz uma casta de sereias guiarem o Bemerguy Filho até o Porto do sal em Belém…com todos são e salvos…inclusive a donzela acorda de sua letargia e viaja até Belém abraçada ao seu poeta…do casarão…feliz por estar vcs e salva da baba da jiboia e do bote da cascavel…

Capítulo 20

O retorno e os fatos estranhos…

Assim, mesmo com o mar revolto eles conseguiram sair da ilha e apesar das dificuldades chegaram até Belém.
Alguns fatos estranhos aconteceram nesse retorno…
Os dois homens do quadro, o poeta e a bela jasmim retornaram. Os outros personagens ficaram e a Rosa Pauxis, o maestro da Grande Sinfônica e os demais resolveram permanecer em Breves, na ilha do Marajó e disseram que a sua missão iria até àquele ponto. Eles agradeceram e se abraçaram e falaram que talvez se encontrassem de novo.
O maestro disse pensativo: algo me diz que nos encontraremos de novo…
E assim o barco: Bemerguy Filho fez uma breve parada no porto de Breves e seguiu viagem para Belém.

maestro da Grande Sinfônica e os demais resolveram ficar em Breves, na ilha do Marajó e am que a sua missão iria até àquele ponto. Eles agradeceram e se abraçaram e falaram que talvez se encontrem de novo.
O maestro disse pensativo : algo me diz que nos encontraremos de novo…
E assim o Barco, Bemerguy Filho fez uma breve parada no porto de Breves e seguiu viagem para Belém.

Autor: Menassé Bemerguy

Em: 25-04-2019.

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